Código Florestal e a campanha da fraternidade 2011
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“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque eles serão fartos” (Mt 5,6). Em uma música Michael Joseph Jackson dizia:- “A terra e os mares choram aos prantos, fomos longe demais, os paraísos estão desmoronando, em alguns lugares já não podemos nem respirar, a terra está sagrando e precisa de você, qual o valor da natureza? Como fica o homem comum? Como fica os animais? Estamos transformando seus reinos em pó. Este planeta é nosso ventre, estão queimando, ignorando os sinais, os protestos. Como fica esta terra sagrada que Deus criou e nos deu tão generosamente para dominar, para cultivar? Como ficam os milhares de crianças morrendo de fome e de sede? Não as ouvimos chorar? Onde foi que erramos? Nos não damos a mínima?” A PERGUNTA É: Qual o mundo que pretendemos deixar para as futuras gerações? “O que eu faço, é uma gota no meio de um oceano. Mas sem ela, o oceano será menor.” Fonte: https://www.ilustrado.com.br/2011/ExibeNoticia.aspx?Not=C%C3%B3digo%20Florestal%20e%20a%20campanha%20da%20fraternidade%202011&NotID=4145
A quaresma, encerrada em 22 de abril, foi tempo de refletir profundamente nossa devoção para com Deus (Pai, Filho e Espírito Santo), e nossa relação com a comunidade, com o próximo, e com o planeta..
A Igreja Católica todos os anos questiona nossa fraternidade, com os mais diversos temas. E este ano o Tema foi Fraternidade e a Vida no Planeta. Com o Lema "A Criação Geme em Dores de parto" (Rm 8,22).
Esse planeta que não tem cópia, já começou a dar seus sinais – a todo o momento vemos e ouvimos pela televisão: alterações climáticas, tragédias, aumento do número de furacões, nevascas, inundações em um lugar, secas em outro, queimadas, tempestades, doenças nunca vistas e doenças que estão voltando, dentre outros são os avisos. Mas não paramos para refletir, pois tudo está longe e não nos afeta. Mas, quando vemos nossas ruas inundadas, casas derrubadas, penso em quanto eu contribui para isto? Se não cuidarmos da terra, seremos apenas um passageiro e o ser humano será eliminado da face da terra. Portanto, cuidar da Terra é cuidar do futuro da humanidade e da Vida como a conhecemos.
A Igreja nos ensina que cuidar do planeta, cuidar de nossa casa, de nossa rua, da nascente límpida do rio próximo, é aprender a preservar nossa vida, de nossa família, de nosso vizinho, de nosso planeta. Isto quer dizer, não devemos esquecer as leis humanas, do governo que nos orienta, mas como seres inteligentes, racionais, e cristãos estamos acima disto tudo. Nossa Bíblia Sagrada nos ensina; ame a Deus sobre todas as coisas e teu próximo como a ti mesmo, se fizeres isto, disse Jesus, serás salvo. Então, para que tantas leis, tantas normas, fiscais, polícia, tendo que te cobrar isto e aquilo, se apenas um mandamento já nos conduz para o reino do céu: “Ame a Deus sobre todas as coisas, e teu próximo como a ti mesmo”.
Fazemos parte de um sistema em que a vida está acima de leis. Mas a ganância predomina sobre o justo, sobre o correto. Mas, após estes dias de reflexão, até quando vamos esperar para tomarmos nossa atitude de Cristão? Não podemos mais esperar, deixar os problemas ambientais para serem resolvidos amanhã. O amanhã sempre chega e poderá ser tarde demais. Nosso planeta é um ser vivo que sente e se comporta como tal. Cientistas afirmam que já não é mais possível reverter a situação catastrófica em que se encontra nosso planeta, as feridas causadas pelo homem o feriram de morte, mas o resultado não será sua destruição, mas sim a destruição do próprio homem.
Um cantor maluco, Raul seixas em 1974 em uma de suas músicas disse:-
“Buliram muito com o planeta
E o planeta como um cachorro eu vejo
Se ele já não agüenta mais as pulgas
Se livra delas num sacolejo”.
Quando a Igreja nos apresentou um tema tão polêmico, é por que realmente, como cristãos estamos nos levando por falsas promessas, por pessoas que apenas querem nos conduzir para a fartura e pelo dinheiro imediato, esquecem que de leis o mundo está cheio e a ganância continua destruindo mais do que a ignorância, e muitos se aproveitam desta ignorância, para mudar leis, alterar códigos, esquecem que a Lei da Natureza é imutável. Se a Igreja nos pede para meditar neste tema é por que temos que ir além das leis que aí estão, ou que serão mudadas ao sabor da vontade de alguns. O que a Igreja nos pede é que temos que deixar um planeta vivo para nossos filhos, produzindo com respeito, não com destruição.
Hoje já temos milhões de pessoas em que o acesso à água é apenas um sonho. Em outros onde tem água em abundancia, já não se pode utilizar, estão contaminadas pelo lixo, pelos despejos de esgotos e de resíduos industriais tóxicos. Nossos rios em sua maioria estão contaminados com alguma forma de poluição. E não precisamos ir longe para ver isto, é só andar pelas ruas e calçadas de nossa cidade para vermos a quantidade de lixo jogado nas ruas, varridos para os bueiros; é só olhar o que muitas pessoas fazem com o cartão de estacionamento, com o papel de bala e com o copinho de sorvete, simplesmente jogados em nossas ruas, e quando vem a chuva vão para os nossos rios.
Você esta economizando a água potável que chega tão fácil a tua casa? Você sabe o quanto custa pare ser cuidada e tratada desde o momento que verte na nascente do rio? Muitas pessoas dizem que a poluição dos rios não os afetaria, pois eles têm condições de beber água mineral, como se esta água pudesse vir através de uma varinha mágica, quando sabemos que em recente pesquisa ficou comprovado que de 10 marcas de água mineral 7 estavam contaminadas.
E quanto as florestas? Muitos quando falam em florestas e árvores, falam como algo do governo, esquecem tudo o que aprenderam na escola e a importância das árvores e florestas em nossa vida e para a disponibilidade e qualidade da água. As florestas são como um aparelho de ar-condicionado que purifica e regula a qualidade e a temperatura do ar e das águas.
Temos belos lemas, temos fé, temos boas intenções, mas o velho ditado já diz que de boas intenções a estrada para o inferno está pavimentada. O homem vive com o ambiental, o social e econômico, e diferente do que muitos pensam não existe economia e sociedade, se a natureza for destruída. Onde a destruição e o desmatamento tomaram conta, aí surgiram desertos e miséria. Portanto, que a Campanha da fraternidade tenha sido de aprendizado, de tomada de consciência, de engajamento pela vida, de amor ao próximo e a natureza. “VAMOS PROTEGER A VIDA, PROMOVER A VIDA, SOBRETUDO, FESTEJAR A VIDA”!
O que você vai fazer de diferente? Continuar falando que os outros não fazem nada? Que a Igreja não faz nada? Que a prefeitura não faz nada?
Campanha da fraternidade e a vida no planeta. E a vida de nossos irmãos que sobrevivem da catação daquilo que consideramos lixo? Como tenho tratado estes nossos irmãos? Tenho ajudado, separando o lixo? Ou simplesmente jogo fora e a prefeitura dá um jeito?
E em nossas compras no supermercado, tenho pensado no lixo que vou gerar? Nas sacolinhas e mais sacolinhas, garrafinhas e mais garrafinhas que não existe retorno e que com certeza vão aumentar o tamanho do lixão. Isto tem importância para mim? Vejo e quero saber o quanto elas vão gerar de poluição, contaminando o solo e a água? Ou penso que tudo se resume entre a prateleira do mercado e o saco de lixo?
Um mundo mais justo, certamente.
Acreditamos no que nossos santos deixaram como exemplo?
Fazemos parte sinceramente da Comunidade de São Francisco de Assis, padroeiro dos animais e da ecologia?
Madre Teresa de Calcutá