Igreja do Panamá declara oposição à pena de morte

07-08-2011 11:04

Igreja do Panamá declara oposição à pena de morte

 
O deputado Marcos Gonzalez, do partido Cambio Democrático (CD), apresentou um projecto de lei para introduzir a pena de morte no Panamá. Mas a violência no país não se combate com nova violência

O projecto de lei pensado para combater os casos de homicídio e feminicídio, de crimes contra a segurança colectiva e de violência sexual reincidente vai contra o artigo 30 da Constituição do Panamá, que proíbe a pena de morte. É também contrária a Declaração Universal dos Direitos Humanos e às convenções internacionais assinadas pelo Panamá, que prevêem a abolição da pena de morte.

 

A iniciativa do deputado causou mal-estar entre os católicos do país. Maribel Jaén, membro da Comissão de Justiça e Paz, da Igreja católica, defende que a aprovação da pena de morte è "desumana" e vai contra a doutrina cristã. “Como Igreja, acreditamos no sentido profundo da vida e, portanto, nenhum estado tem o direito de tirar a vida”. Maribel Jaén recordou que muitos países já aboliram a pena de morte depois de terem constatado que esta sanção não contribui para reduzir a criminalidade.

 

A polémica traz à memória a polémica durante a discussão do código penal, quando a igreja se exprimiu em defesa do direito à vida. O Defensor Cívico, Patria Portogallo, recusou a proposta de lei, afirmando que esta não vai reduzir o crime no país. A sua posição é condividida pelo seu antecessor, Ricardo Vargas, que sublinha: “Trata-se de um passo atrás no progresso democrático, não é a maneira correcta de combater o crime”. Ricardo Vargas julga que é necessário rejeitar de imediato uma “proposta imprudente e inoportuna”.

Fonte: www.fatimamissionaria.pt/artigo.php?cod=20183&sec=8