A 20 de Julho, o primeiro-ministro tinha acusado a igreja Católica e a Santa Sé em particular de ter travado as investigações depois da publicação de um relatório sobre actos pedófilos cometidos entre 1996 e 2009 por 19 padres da diocese de Cloyne, no sul da Irlanda.

E ste relatório concluiu que a resposta das autoridades católicas irlandesas neste processo foi "inadequada e inapropriada".

"Pela primeira vez na Irlanda, um relatório sobre os abusos sexuais cometidos a crianças expõe uma tentativa da Santa Sé de travar uma investigação na república soberana e democrática, surgida tão recentemente como há três anos, e não três décadas", comentou o primeiro-ministro irlandês, Enda Kenny.

"A violação e a tortura de crianças foram subestimadas ou 'geridas' para manejar a instituição, o seu poder e a sua reputação", disse o primeiro-ministro, considerando que o relatório punha luz sobre "a disfunção, a desconexão (da realidade), o elitismo, o narcisismo que domina a cultura do Vaticano".

Um dia depois destas declarações, o Vaticano tinha assegurado que responderia em "tempo oportuno" ao Governo irlandês, apelando para "a objectividade".

O Vaticano deseja "que o debate em curso sobre assuntos tão dramáticos se desenvolva com a objectividade necessária de forma a contribuir (...) para a salvaguarda das crianças e dos jovens e a renovação de um clima de confiança e de colaboração, na Igreja e na sociedade", declarou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.

Fonte: www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1928178&page=-1