A “nova vida” da freira que "deu" a beatificação a João Paulo II
A “nova vida” da freira que "deu" a beatificação a João Paulo II
Por António Marujo, em Roma
Foi a cura misteriosa da doença de Parkinson da irmã Marie Simon-Pierre Normand, da congregação das Irmãzinhas das Maternidades Católicas, que permitiu o milagre pedido pela Igreja Católica para que possa haver beatificação.
A irmã Marie Simon-Pierre Normand, da congregação das Irmãzinhas das Maternidades Católicas, sentiu como “um novo nascimento, uma nova vida” depois de ter ficado curada da doença de Parkinson, em 2005, dois meses depois da morte de João Paulo II. Foi essa cura, inexplicada, que permitiu o milagre pedido pela Igreja Católica para que possa haver beatificação – será necessário um outro para a canonização.
Nos depoimentos que tem prestado, Marie Simon-Pierre repete os pormenores da sua história. Esta noite, a freira francesa deverá contar de novo como lhe tinha sido diagnosticada a doença de Parkinson, em 2001, tinha ela 40 anos; no Circo Massimo, em Roma, decorre, desde as 19 horas deste sábado, uma vigília que antecipa a festa da beatificação, que acontecerá este domingo, na missa presidida pelo Papa Bento XVI, a partir das 10h na Praça de São Pedro.
A irmã Marie deverá contar ainda como, em 2005, quando o seu estado já se agravara, se sentiu curada. “Para “grande admiração” do neurologista que a tratava. Desde 14 de Maio desse ano, toda a congregação a que ela pertencia rezou pela sua cura. Esta sucedeu de 2 para 3 de Junho de 2005.
Será, no entanto, a festa possível, com a chuva que se abateu sobre Roma desde manhã cedo. O espaço da vigília no Circo Massimo, com capacidade para umas 150 mil pessoas, terá no entanto a concorrência dos que preferirão ficar já a marcar lugar no acesso à Praça de São Pedro, onde decorre a cerimónia de amanhã.
Durante a vigília, o antigo porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro-Valls, e o antigo secretário de João Paulo II, hoje cardeal Stanislaw Dziwisz, darão também os seus testemunhos acerca do Papa Wojtyla. Cânticos e vídeos com imagens do Papa polaco completam a primeira parte da noite, antes de começar a recitação do rosário.
Durante esta segunda parte, que está prevista para se iniciar às 21h (20h em Lisboa), o Circo Massimo ficará ligado via satélite sucessivamente a cinco santuários em diferentes lugares do mundo: Lagiewniki, em Cracóvia (Polónia), Kawekamo, em Bugando (Tanzânia), Harissa, no Líbano, Guadalupe, na Cidade do México, e Fátima, em Portugal. Sucessivamente, as intenções das orações serão pelos jovens, pela família, pelo anúncio do evangelho, pela paz entre os povos e pela Igreja.
Depois da vigília, oito igrejas do centro de Roma, entre o Circo Massimo e a Praça de São Pedro, ficarão abertas toda a noite para quem quiser rezar, naquilo que o Vaticano define como a primeira “noite branca” de oração na cidade dos papas.
O acto maior desta beatificação começa às 10 da manhã de domingo (5 da manhã no Brasil), com a missa presidida pelo Papa Bento XVI. Os acessos à Praça de São Pedro abrem, no entanto, às 5h da manhã e, a partir das 9h, um coro animará uma hora de preparação para a missa.
Está prevista a presença de 87 delegações oficiais, incluindo chefes de Estado e de governo (entre eles, os presidentes italiano, polaco e zimbabueano, Robert Mugabe). Portugal estará representado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, e a Comissão Europeia pelo seu presidente, Durão Barroso.
Fonte: https://www.publico.pt/Mundo/a-nova-vida-da-freira-que-deu-a-beatificacao-a-joao-paulo-ii_1492073