Bispos participam de homenagem a JPII na Canção Nova

09-05-2011 16:48

Bispos participam de homenagem a JPII na Canção Nova

Kelen Galvan
Da Redação

 

Wesley Almeida / Canção Nova
Monsenhor Jonas Abib cumprimenta os cardeais durante a homenagem a João Paulo II

A Canção Nova promoveu, neste domingo, 8, uma noite de homenagem ao mais novo beato da Igreja Católica, o Papa João Paulo II, beatificado por Bento XVI no último domingo, 1º de maio.

Mais de 160 bispos, que participam da 49ª Assembleia Geral da CNBB, estiveram presentes. Entre eles, o Núncio Apostólico no Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri, os cardeais Dom Geraldo Majella Agnelo, Dom Cláudio Hummes, Dom Odilo Pedro Scherer, Dom Raymundo Damasceno de Assis e, representando Dom Paulo Evaristo Arns, o monsenhor José Augusto. Também participaram da homenagem o presidente da CNBB, Dom Geraldo Lyrio Rocha, e o bispo de Lorena - diocese onde fica a sede da Canção Nova - Dom Benedito Beni dos Santos.

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Logo no início do tributo, o fundador da Comunidade Canção Nova, monsenhor Jonas Abib, recordou: "Dom Bosco dizia que quando um bispo visita uma casa salesiana é um momento de muita bênção. E a Canção Nova é uma casa salesiana, então nesta noite estamos recebendo uma 'torrente de bênçãos'".

Monsenhor Jonas explicou também que a ideia de colocar o nome da Fundação, mantenedora da Canção Nova, de João Paulo II, surgiu logo no início de seu Pontificado, pois ele se destacou, de imediato, "como um grande comunicador, então o escolhemos como patrono da fundação (...). E temos certeza de que lá do céu ele nos abençoa". 

Luzia Santiago, cofundadora da Comunidade Canção Nova, destacou que sempre foi um sonho do monsenhor Jonas receber o Núncio Apóstolico na Canção Nova.

"O sonho está se realizando. O Núncio Apostólico visita esse Centro de Evangelização", afirmou Dom Lorenzo, em resposta a esse desejo de monsenhor Jonas.

 


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Experiências com João Paulo II

O núncio apostólico recordou a grandeza do pontificado de João Paulo II, que teve início em 1978 e se finalizou quando "o Pai o chamou", em 2005. "[JPII] marcou a história da Igreja e da humanidade, e cada um de nós, leva a sua pessoa, seu afeto e sua bênção, no próprio coração".

Ele partilhou um pouco de sua experiência pessoal com o novo beato, pois como Núncio Apostólico teve o privilégio de servir o Papa João Paulo II como colaborador direto e encontrá-lo pelo menos uma vez ao ano.

Dom Lorenzo recordou um fato em particular, quando, em 1991, foi enviado para uma missão no Haiti, num momento muito difícil do país, e um ano depois foi nomeado Núncio Apostólico no Haiti. 

"Após a nomeação, voltei a Roma e o Santo Padre me convidou para almoçar com ele. Vocês podem imaginar a comoção, para mim, de estar ali na frente do Santo Padre. Havia também outras pessoas. E me colocaram na frente dele. E então, o Papa me perguntou como estava a situação no país. Eu não sabia como falar, por isso contei minha experiência naquele primeiro ano. E ao final ele me disse: 'E, agora nomeado núncio, tem medo de voltar para lá?'. Eu pensei naquele momento e disse: 'Santidade, Vossa Santidade, quando começou o seu ministério de Sucessor de Pedro, apareceu no balcão e disse 'não tenhais medo! Abri as portas', então eu posso dizer: não tenho medo, só preciso da ajuda de Deus e seu  apoio.  Ele então se levantou e me abraçou dizendo: 'Vá tranquilo, porque vai encontrar muitos problemas, muitos conflitos, mas a graça de Deus e a bênção d'Ele estarão contigo'. Isso foi, para mim, como começar meu trabalho de Núncio Apostólico verdadeiramente", recordou Dom Lorenzo.

O arcebispo emérito de São Paulo, Dom Cláudio Hummes, foi criado cardeal em 2001 por João Paulo II e recordou algumas características do beato.

"É sempre um momento de emoção lembrar nosso beato João Paulo II. Ele foi um Papa que eu encontrei muitas vezes e de quem levo grandes lembranças. Eu, muitas vezes, me senti muito perto dele. JPII era, de fato, uma figura extraordinária, não só pela sua figura humana, ele era um homem realmente muito forte, impressionante. Mas, sobretudo, como Papa e evangelizador, como o missionário que foi, o guia da Igreja Católica e da humanidade. Ele foi um apaixonado por Jesus Cristo, em primeiro lugar. Ele era capaz de ficar horas em oração, eu mesmo o vi, muitas vezes, em oração longa, em sua capela particular, na Santa Missa. Foi um homem que deu a vida, investiu tudo por Jesus Cristo, e por Ele percorreu o mundo", destacou. 

Dom Cláudio enfatizou ainda que, além de ser apaixonado por Jesus, João Paulo II era apaixonado pelo ser humano. "Ele acreditava no homem. Talvez porque ele experimentou na própria carne como o homem foi espezinhado pela guerra, pelo nazismo, pelo comunismo, e tantas outras formas em todo o seu tempo de pontificado. Mas tanto mais ele amava o ser humano e o defendia, sobretudo, os jovens". 

Nesta segunda-feira, os bispos retomam seus trabalhos na última semana da Assembleia Geral da CNBB, em Aparecida (SP). Entre as pautas, está a eleição da nova presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Fonte: https://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=281612