"Estou preocupado com o facto, de neste momento, muitas famílias portuguesas se interrogarem, seriamente, como é que vão chegar, em termos económicos e de sustentabilidade, ao final deste mês", afirmou Manuel Clemente, em Fátima, na conferência de imprensa que encerrou a 177.ª Assembleia Plenária da CEP.

O bispo do Porto acrescentou que "tudo aquilo que privilegiar os mais fracos é bom, não só para a Igreja, como para a sociedade em geral", considerando que "qualquer situação que ainda venha a agravar" a situação do país é "uma preocupação adicional".

"Mas como eu costumo dizer, nós, Igreja, não estamos do lado dos cacos mas do lado da cola. Fazemos por isso", declarou o recém-eleito vice-presidente da CEP, elogiando a "generosidade indesmentível" das pessoas em ocasiões de crise.

O prelado admitiu mesmo ficar surpreendido com "os apoios e os recursos" que chegam de "quem menos se espera e na altura em que já não" são esperados, assinalando que acaba por ser "um salto qualitativo em termos de uma sociedade mais solidária".

"As pessoas são de uma generosidade a toda a prova", frisou, adiantando: "Nesse aspecto somos notáveis, temos uma certa tendência para dar tudo nos apertos e depois relaxarmos um bocado nas planícies, isto está a notar-se também".