Ministro do Interior convive com presos
Ministro do Interior convive com presos
![](https://imgs.sapo.pt/jornaldeangola/img/thumb2/20110425084402min_inter1.jpg)
Ministro do Interior reafirmou empenho do Executivo na humanização das cadeias
Fotografia: JA
Os reclusos do Estabelecimento Prisional de Viana, em Luanda, participaram ontem em dois cultos ecuménicos das igrejas Metodista e Católica, cerimónias religiosas que foram presenciadas pelo ministro do Interior, Sebastião Martins.
Na missa, realizada no pátio da cadeia feminina, o padre Queirós, da Igreja Católica, agradeceu o carinho que o ministro do Interior, Sebastião Martins, tem demonstrado para com os reclusos nos estabelecimentos prisionais do país e disse que a cadeia não deve ser encarada como um lugar de castigo, mas sim de reparação das culpas e construção da irmandade.
O sacerdote afirmou ser necessário que se deixem determinados vícios como a droga, o álcool, a ganância e o roubo. "Este lugar é para tomarmos consciência da nossa existência e termos consciência que somos pessoas e devemos reconstruir as nossas vidas em Cristo Jesus", disse o padre.
O pastor Emanuel Oliveira Santos, da Igreja Metodista, apelou aos reclusos para terem fé e acreditarem em Deus. "O leite de Deus continua a alimentar os vossos espíritos na esperança de que tarde ou cedo deixarão este lugar", garantiu o pastor Emanuel Oliveira Santos quando se dirigia aos reclusos.
O momento de ontem serviu, igualmente, para a soltura da cadeia de Bodywil Bartolomeu, de 26 anos, que cumpriu uma pena de quatro anos no estabelecimento prisional feminino de Viana.
O ministro do Interior, Sebastião Martins, reafirmou ontem a aposta do Executivo em humanizar cada vez mais o sistema prisional, para que os reclusos possam reinserir-se condignamente na sociedade, após o cumprimento das suas penas.
Melhorar as condições
"Queremos que as cadeias sejam um local de interacção entre os agentes prisionais e os reclusos, e encontrar a melhor forma de, por um lado, os fazer cumprirem a sua obrigação por terem entrado em conflito com a lei e com a sociedade, mas, ao mesmo tempo, indicar o caminho que os possa conduzir à participação na reconstrução do país", frisou o ministro à imprensa, depois das liturgias pascais celebradas pelas igrejas Metodista e Católica no Estabelecimento Prisional Feminino de Viana.
Sebastião Martins disse que o Executivo não quer transformar as cadeias em locais de castigo, mas de recuperação e reencontro com as pessoas. Na semana passada, o ministro inaugurou a escola do primeiro e segundo ciclo do ensino secundário 9139, construída para cidadãos em cumprimento de penas e privados de liberdade.
Posteriormente, visitou as obras de ampliação do estabelecimento prisional e ouviu reclamações da população penal, relativamente ao deficiente abastecimento de água e luz eléctrica. O ministro deu uma moratória de 30 dias aos responsáveis da instituição para resolverem, na totalidade, os problemas constatados. "Daqui a 30 dias estarei aqui de novo para verificar o cumprimento das orientações que baixei", disse Sebastião Martins.
O ministro defendeu, igualmente, a urgente criação de opções à reclusão, como forma de contribuir para a fluidez da administração da Justiça, como o trabalho comunitário ou o pagamento de multas. Mencionou ainda o recurso às pulseiras electrónicas como forma de evitar alguns casos de prisão preventiva. Sebastião Martins assegurou que o Ministério do Interior vai prosseguir as acções de humanização do sistema prisional para a ressocialização dos reclusos e a sua efectiva reintegração.
O estabelecimento prisional de Viana, que neste momento está a ser gerido por uma comissão de gestão, alberga cerca de 200 reclusas e conta com uma creche para os filhos das detidas, além de uma escola do ensino secundário.
Fonte: https://jornaldeangola.sapo.ao/20/0/ministro_do_interior_convive_com_presos