Portugal vai ter mais uma beata: conheça a «Mãe» Clara

18-05-2011 13:17

Portugal vai ter mais uma beata: conheça a «Mãe» Clara

Irmã Clara do Menino Jesus, ou «Mãe» Clara, «sensível às necessidades do seu tempo», fundou a Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição. Cerimónia de beatificação é este sábado

Por: Redacção / Manuela Micael  |

Em 1998, a espanhola Georgina Troncoso Monteagudo visitou o túmulo de «Mãe» Clara, na cripta da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição (CONFHIC), em Linda-a-Pastora, nos arredores de Lisboa. Sofria de um pioderma gangrenos, uma doença cutânea ulcerativa. Munida de toda a fé que conseguiu encontrar, pediu a interferência de «Mãe» Clara para que lhe fosse concedida a cura.

O milagre ocorreu a 12 de Novembro de 2003. Georgina viu a doença desaparecer. Com base nesse milagre, a Igreja Católica decidiu conceder o título de beata a Madre Clara. A cerimónia está marcada para este sábado, no Estádio do Restelo, em Lisboa.

«A "Mãe" Clara sempre foi muito sensível e sempre teve o apelo de fazer o bem. Sempre foi uma pessoa muito boa e muito sensível às necessidades do seu tempo», conta a irmã Fátima Rodrigues, pertencente à congregação.

Ainda hoje, a CONFHIC baseia os seus princípios nessa sensibilidade com que «Mãe» Clara fundou a congregação. «O nosso lema continua a ser: onde houver o bem a fazer, que se faça», explica a irmã Fátima Rodrigues.

A congregação trabalha assim com diversas valências, que passam pela educação e pelo apoio a crianças e idosos. «Nem todas as congregações religiosas fazem isso», lembra a irmã Fátima.

«Mãe» Clara: a fidalga que se tornou religiosa

A futura beata nasceu Libânia do Carmo Galvão Mexia de Moura Telles e Albuquerque, numa família fidalga da Amadora, em 1843. A peste levou-lhe os pais e conduziu-a a uma instituição religiosa para onde iam os fidalgos órfãos. Aí, o apelo que sempre sentiu por fazer o bem foi cultivado e desenvolvido.

Em 1869, recebeu o hábito de Capuchinha e escolheu o nome de Maria Clara do Menino Jesus. A sua vida religiosa passou por França, onde estudou. No regresso, fundou a CONFHIC.

Morreu em Lisboa, no dia 1 de Dezembro de 1899. Os seus restos mortais repousam na Cripta da casa-mãe da congregação, em Linda-a-Pastora. Para trás, deixou um importante património de entrega ao outro e de proclamação do bem.

O processo de canonização de Madre Clara começou em 1995, mas só com o milagre de 2003 ganhou novo fôlego. A 10 de Dezembro de 2010, o Papa Bento XVI assinou o decreto de aprovação do milagre e abriu caminho à beatificação que se materializa no próximo sábado, sob o slogan «Maria Clara, um rosto de ternura e misericórdia de Deus».

Georgina Troncoso Monteagudo deve estar presente no Estádio do Restelo, para a cerimónia que juntará «Mãe» Clara à galeria de beatos portugueses, de que fazem parte Jacinta e Francisco Marto (13 de Maio de 2000), Bartolomeu dos Mártires (4 de Novembro de 2001), Alexandrina de Balasar (25 de Abril de 2004) ou Rita Amado de Jesus (28 de Maio de 2006). A estas beatificações, soma-se a canonização de Nuno Álvares Pereira, o Santo Condestável, a 26 de Abril de 2009.

Fonte: https://www.tvi24.iol.pt/sociedade/mae-clara-freira-beata-religiosa-congregacao-tvi24/1254038-4071.html