Realizado mais um ato em defesa de dona de casa em Volta Redonda
Realizado mais um ato em defesa de dona de casa em Volta Redonda
Bruna Chaves
|
Unindo forças: Movimentos sociais tentam manter Helena Maria e sua filha na residência em que moram há 30 anos |
Volta Redonda
O terceiro ato público e ecumênico em defesa da permanência da dona de casa Helena Maria e sua filha na residência em que moram há 30 anos, em terreno que pertence à CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), aconteceu na tarde de hoje. Reuniu 40 pessoas integrantes de movimentos sociais da Igreja Católica, além de a Coordenadoria da Mulher, Movimento Resgate da Paz, Sindicato dos Engenheiros e do vereador Carlos Roberto Paiva (PT), em nome da Câmara Municipal.
Desde o dia 21 de março, quando aconteceu o primeiro ato, uma comissão se formou para buscar meios de recorrer da decisão de reintegração de posse do terreno que fica no fim da Rua 53, no bairro Sessenta. A princípio, a comissão se dirigiu á Defensoria Pública, sem obter resultado. Posteriormente, os corpos jurídicos do Sindicato dos Metalúrgicos e do Sindicato dos Engenheiros se dispuseram a estudar o processo para buscar brechas para recorrer da decisão.
Acompanhe as notícias do DIÁRIO DO VALE também pelo Twitter.
- As questões jurídicas têm prazos a serem cumpridos e o que segurou os prazos do processo da Dona Helena foi justamente a CSN ter negado a pagar os R$ 5 mil de indenização a ela pelos anos que ficou na casa. A empresa ocupa uma área de cerca de pouco mais de três quilômetros quadrados do município, mas 22 quilômetros quadrados de Volta Redonda pertencem à CSN. Assim ficamos impedidos de crescer na área de habitação e da ocupação de outras empresas na cidade - disse o presidente do Sindicato dos Engenheiros de Volta Redonda, João Thomaz Araújo.
O vereador Paiva, que tem acompanhado o movimento a favor de Dona Helena desde o início, obteve da Câmara Municipal de Volta Redonda o apoio para falar em nome da casa. A partir de então, o vereador conseguiu contato com a CSN para falar sobre o processo.
- Em nome da Câmara consegui falar com a gerente da empresa no Estado do Rio de Janeiro, que se disse ciente do caso, por meio de acesso à imprensa local. Tentei marcar uma conversa com Marcelo Behar, diretor corporativo da empresa em São Paulo, para propor um acordo feito em outro caso como o de dona Helena - contou Paiva.
Ainda de acordo com o vereador, a CSN alegou que é parte da política da empresa a reintegração de posse das terras, não importando se a área é rural ou domiciliar, ainda assim o contato com Behar será feito. - Esperávamos entrar em contato com ele na terça-feira passada, quando estava prevista sua vinda para conversar com o prefeito sobre a negociação do shopping que a empresa quer construir na cidade, ainda que a pauta não tenha espaço para o assunto. Mas a vinda dele foi remarcada para a próxima semana - disse.
Paiva informou ainda que o prefeito Antônio Francisco Neto (PMDB) disse que após tratar do assunto da pauta tratará também sobre a questão da reintegração de posse da casa onde Dona Helena mora.
- Agora temos o aval do Neto para podermos puxar o assunto na reunião - falou.
Esforços positivos
Glória Amorim, da Coordenadoria da Mulher, avaliou todos os esforços a favor da causa da família do fim da Rua 53 como positivos:
- Estamos seguindo um bom caminho, estamos cercando de todos os lados. Agora temos também o apoio do Neto.
Ao fim do ato, o Movimento Resgate da Paz promoveu um momento para lembrar as crianças vítimas do massacre de Realengo, além de "uma partilha entre os participantes em sinal de comunhão com Helena Maria e sua família", como avaliou o representante do Movimento, José Maria da Silva, o Zezinho.
O próximo ato será feito em via pública, na Vila Santa Cecília, previsto para o dia 19 de maio, às 15h.