Três dias de celebração na maior festa cristã

21-04-2011 13:24

Três dias de celebração na maior festa cristã

Padre Carlos Cabecinhas, liturgista, apresenta itinerário que leva da quinta-feira Santa ao domingo pascal

D.R. | Monsanto - Descimento da Cruz

Lisboa, 21 abr 2011 (Ecclesia) – A Igreja Católica começa hoje a celebrar os dias mais importantes do seu calendário litúrgico, que assinalam os momentos da morte e ressurreição de Jesus, culminando na Páscoa.

Um conjunto de celebrações que se desenrolam no chamado Tríduo Pascal, que remontam ao  século IV, seguindo as indicações evangélicas sobre estes acontecimentos.

O padre Carlos Cabecinhas, diretor do Departamento de Liturgia da diocese de Leiria-Fátima, assinala no texto «O sentido cristão da Quaresma e da Páscoa» (ver anexo) que “o que levou a prolongar a celebração da Vigília até ao atual Tríduo foi um certo movimento de «dramatização» da Páscoa de Jesus Cristo, acompanhando celebrativamente os dias da sua morte e ressurreição, à imagem do que se fazia em Jerusalém, o lugar onde os acontecimentos se verificaram”.

A missa vespertina da ceia do Senhor, na quinta-feira, assinala o início do Tríduo, com um “caráter festivo”, dado que a Quaresma termina quando se inicia esta celebração.

“A Missa vespertina da Ceia do Senhor não é nem mais nem menos que uma eucaristia celebrada com toda a dignidade e autenticidade, por se celebrar na noite em que Jesus instituiu a Eucaristia, foi entregue e preso”, indica o liturgista da diocese de Leiria-Fátima.

Nesta Missa é comemorada a instituição dos sacramentos da Eucaristia e da Ordem e recorda-se o gesto do lava-pés, relatado pelos Evangelhos.

No final da celebração, o Santíssimo Sacramento é trasladado para um outro local, desnudando-se então os altares.

A sexta-feira Santa é “dia alitúrgico: dia em que não se celebra a Eucaristia e que nunca conheceu celebração eucarística”, indica o padre Carlos Cabecinhas..

A principal celebração é, “fundamentalmente, uma ampla Liturgia da palavra, que culmina com a adoração da Cruz e termina com a comunhão”.

O sábado Santo, tal como a sexta-feira, é um dia dito “alitúrgico”, isto é, sem celebração da Eucaristia ou de outros sacramentos, consideado como o dia do “grande silêncio”.

“A Igreja vive o silêncio do sábado santo, preparando-se assim para a festiva celebração da Vigília Pascal, da ressurreição do Senhor”, sublinha Carlos Cabecinhas.

“Esta é a noite mais importante de todo o ano litúrgico. Apesar de tudo, não tem ainda, na consciência popular, o relevo que lhe é devido. O símbolo da luz, a Palavra, a água batismal e o pão e o vinho eucarísticos, anunciados na Quaresma, alcançam a sua realização nesta noite pascal”, acrescenta.

O especialista destaca que “o Tríduo Pascal é o centro do ano litúrgico”, pelo que, desde muito cedo, antes ainda se existir uma Quaresma de preparação, a Igreja criou um tempo festivo que prolonga a festas pascais por cinquenta dias.

OC

Fonte: https://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=85328