VATICANO SE DIZ ABERTO AO DIÁLOGO COM IGREJA CHINESA

15-04-2011 15:33

 

VATICANO SE DIZ ABERTO AO DIÁLOGO COM IGREJA CHINESA

 

CIDADE DO VATICANO, 15 ABR (ANSA) - O Vaticano enviou uma mensagem à Igreja Católica da China na qual afirma estar disponível de diálogo com as autoridades e a sociedade chinesa, apesar do estremecimento nas relações entre Santa Sé e Pequim.
   
A mensagem foi divulgada ontem, após três dias de trabalho da Comissão para a Igreja Católica da China, e sustenta que a abertura de um canal de diálogo deve ser um "ponto de referência em uma situação de crise", uma vez que os últimos meses para a Igreja chinesa foram, nas palavras do porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, "particularmente difíceis".
   
Os "fatos críticos" que, segundo Lombardi, afetam o futuro da Igreja na China se referem à nomeação de bispos pela Igreja Patriótica (autorizada pelo Estado) sem a autorização da Santa Sé e à coerção de bispos do Vaticano para participarem da Assembleia Nacional da Igreja chinesa.
   
O porta-voz afirmou que a mensagem destaca "a grave ilegitimidade da ordenação episcopal de Chengde [cidade onde, em 2010, foi ordenado um sacerdote sem o reconhecimento do papa Bento XVI] e do ministério que deriva dele".
   
De acordo com o texto, os bispos envolvidos nas ordenações consideradas ilegítimas devem se dirigir à Santa Sé para esclarecer sua posição perante os sacerdotes e fieis e "reafirmar a fidelidade ao Papa" para "reparar a ferida aberta na comunidade eclesial". Segundo a comissão do Vaticano, as ações cometidas podem levar à "excomunhão automática".
   
De acordo com a mensagem, os bispos envolvidos nas ordenações consideradas ilegítimas devem se dirigir à Santa Sé para esclarecer sua posição perante os sacerdotes e fieis e professar sua fidelidade ao Sumo Pontífice.
   
Segundo o padre, o Vaticano deve deixar claro que não aceita que organismos impostos pelo Estado conduzam a Igreja em seus países e deve se preocupar para que situações análogas não se repitam nas "numerosas dioceses hoje vagas" na China.
   
Por outro lado, a mensagem da Santa Sé também atenta para "o valor da oração" para apoiar os católicos chineses e comemora o fato de a Diocese de Xangai encaminhar a causa de beatificação de Paolo Xu Guangqi. Na opinião da comissão, ele teve uma "vida exemplar".
   
"Os chineses, católicos ou não, podem entender melhor que não há nenhuma contradição e nenhum risco em ser chinês e católico, pelo contrário, que se pode ser grandes chineses e ótimos católicos", citou Lombardi.
   
Para o Vaticano, apesar dos desentendimentos diplomáticos, há uma "perspectiva real, mas não desanimadora" de criação de um diálogo. (ANSA)

Fonte: https://www.ansa.it/ansalatinabr/notizie/fdg/201104151250399423/201104151250399423.html